Falcão: cadeia para Cunha é 'golpe da elite suja'
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PRESIDENTE NACIONAL DO PT DIZ QUE CONDENÇÃO, NO STF, DE EX-PRESIDENTE DA CÂMARA DOS DEPUTADOS POR CORRUPÇÃO, PECULATO E LAVAGEM DE DINHEIRO FAZ PARTE DE AÇÃO DE CONSERVADORES QUE, APÓS PERDEREM NAS URNAS, BUSCARAM OUTROS MEIOS PARA TENTAR DERROTAR O PARTIDO; "NÃO MEXAM COM O PT. PORQUE QUANDO O PT É PROVOCADO, ELE CRESCE", PROVOCOU
247 – O presidente nacional do PT, Rui Falcão, atribuiu a condenação do ex-presidente da Câmara dos Deputados João Paulo Cunha na Ação Penal 470, o chamado "mensalão", a um "grande golpe" contra o partido. Esse "grande golpe" teria sido desferido por "setores conservadores da sociedade". A afirmação foi feita na noite da segunda-feira 3, durante evento petista em Osasco para oficializar a candidatura do engenheiro Jorge Lapas à prefeitura da cidade, no lugar de Cunha, que saiu da disputa após a condenação do Supremo Tribunal Federal (STF).
"São esses mesmos conservadores que junto com setores da grande mídia perderam nas urnas e tentam nos derrotar por outros meios. Quando são derrotados nas urnas, lançam mão de instrumentos de que ainda dispõem, desde a mídia conservadora, passando pelo Judiciário, para tentar nos derrotar", acusou Falcão. "Não mexam com o PT, porque quando o PT é provocado ele cresce, reage".
Para o presidente da sigla, a condenação resulta das conquistas do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e da presidente Dilma. "Essa elite suja, reacionária, não tolera que um operário tenha mudado o país. Não tolera que uma mulher dê continuidade a esse projeto", afirmou, sem citar responsáveis nem o próprio João Paulo. Para o deputado estadual Ênio Tatto, presente no evento, a eleição de Lapas em Osasco agora é "questão de honra" para o PT.
O advogado de João Paulo Cunha, Alberto Toron, já declarou que deve recorrer da condenação, recurso permitido pela regimento do Supremo ao réu que tiver quatro votos favoráveis à absolvição. O deputado federal foi condenado por corrupção passiva, lavagem de dinheiro e peculato. O petista é acusado de receber R$ 50 mil para beneficiar agência do empresário Marcos Valério em contrato com a Câmara na época em que presidia a Casa, entre 2003 e 2004.