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Nosso objetivo não é engrandecer um homem, o Presidente Lula, mas homenagear, como brasileiro que ama esta terra e esta gente, o que este homem tem provado, em pouco tempo, depois de tanto preconceito e perseguição ideológica, do que somos capazes diante de nós mesmos, e do mundo, e que não sabíamos, e não vivíamos isto, por incompetência ou fraude de tudo e todos que nos governaram até aqui. Não engrandecemos um homem, mas o que ele pagou e tem pago, para provar do que somos.

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sexta-feira, 19 de outubro de 2012


QUE BRASIL REVELOU-SE EM SETE DE OUTUBRO


LUCIANO AMORIM15 DE OUTUBRO DE 2012 ÀS 17:31
Judicialização, "mensalão"... nada disso parece ter mudado a opinião do eleitor brasileiro



Alguns importantes aspectos puderam ser observados após o fechamento das urnas no último 7 de outubro. Uma semana depois, com a euforia dos vitoriosos e a decepção dos derrotados já superada e partidos e grupos políticos à parte, já é possível, mesmo com algumas cidades ainda em processo de 2º turno, traçar um panorama do escrutínio eleitoral de 2012.

O primeiro grande ponto que não se pode esquecer é a judicialização das eleições, ou seja, as decisões sobre a escolha dos nossos representantes estão, cada vez mais, nas mãos dos juízes e dos tribunais. Há regras absurdas, que beiram o fantasioso: um candidato sabidamente ficha suja tem o direito de se candidatar, até que um juiz ou um colegiado deles decida o contrário. O resultado disso é uma grande insegurança jurídica sobre quem é ou não candidato, além de uma enorme confusão na cabeça do eleitor. Há casos em que um tribunal poderá inclusive modificar o resultado das urnas, já que julgará o réu ficha suja somente agora, depois das eleições. Um burocratismo sem sentido e desnecessário.

Outro ponto importante foi o julgamento do chamado "mensalão". Mesmo acreditando piamente numa suposta "isenção" dos senhores ministros do STF, foi ao menos desproporcional – para não dizer desonesto – iniciar um julgamento com desdobramentos políticos importantes, onde estavam envolvidos atores participantes do processo eleitoral, no mesmo período em que candidatos do PT e partidos aliados pediam votos ao eleitor. Como numa novela com enredo meticulosamente articulado, os supostos líderes do "mensalão" são julgados (e condenados) na semana do 1º turno. Tudo, claro, com direito a ampla divulgação da grande mídia brasileira, no que elas mesmas convencionaram chamar de "maior julgamento da história". Esqueceram-se, comodamente, do impeachment de Collor, dentre outros.

Tribunais e "mensalão" à parte, o resultado final das urnas foi amplamente favorável aos partidos da base aliada de Dilma Rousseff. Dentre os grandes, somente o PT conseguiu crescer em relação às eleições municipais de 2008 – pulou de 558 naquele ano para 627 em 2012, mesmo com a avalanche de editoriais e manchetes vinculando seus candidatos ao "mensalão". PSDB e DEM, os expoentes do que resta da direita brasileira, encolheram: os tucanos definharam de 788 para 692 prefeituras, enquanto os Demos caíram de 501 para 276 – um salto ladeira abaixo de quase 50%. No geral, foram 3.422 conquistadas pelos maiores partidos da base de Dilma (PMDB, PT, PSB, PP, PDT, PTB e PR) contra apenas 968 do consórcio PSDB/DEM, fora as 495 do PSD, que anda lá e cá.

Restam ainda algumas capitais, dentre elas a joia da coroa tucana: São Paulo, a maior e mais rica cidade do país. Lá, se enfrentarão no 2º turno José Serra, o cacique-mor da tribo peessedebista, e Fernando Haddad, ex-ministro da educação, o mais novo "poste" inventado por Lula, utilizando o vocabulário chulo da militância serrista. Enquanto Serra traz para a campanha aquele velho e surrado debate xiita (como em 2010, quando acusou Dilma de ser contra o aborto) escalando o cão de guarda homofóbico Silas Malafaia, Haddad surpreende até alguns eminentes nomes da esquerda, fazendo uma campanha limpa, propositiva e impessoal. Noves fora, vitorioso nas urnas ou não, Haddad hoje se configura na grande revelação da esquerda brasileira. Um nome para não ser esquecido nos próximos desafios eleitorais do PT.

Esse novo Brasil, descortinado após o resultado das urnas no último sete de outubro, mostra que cada vez mais o eleitor pensa com sua própria cabeça, rejeitando os rótulos impostos pelos grandes veículos de comunicação. Eles, na sua imparcialidade de botequim, chamam Serra de "melhor ministro da saúde da história", ao mesmo tempo em que atestam ao PT a pecha de "partido do mensalão". – tudo isso em plena eleição. O eleitor, soberano, diferencia os escândalos políticos nacionais das administrações de suas cidades – porém, desconfia cada vez mais de tucanos e demos, os campeões nacionais da ficha suja, como mostram os números.

Base do governo e oposição ainda se enfrentam em doze das dezessete capitais onde haverá segundo turno. Ou seja, o mapa do Brasil para a oposição pode ser desalentador em 2014. Ainda mais com a derrota iminente nas duas cerejas do bolo: São Paulo, com Serra já há 11 pontos percentuais de Haddad, e Salvador, onde ACM Neto deverá tomar a virada de Nelson Pelegrino.

Judicialização, "mensalão", nada disso parece ter mudado a opinião do brasileiro. As mudanças sociais empreendidas pelo PT, com ajuda dos aliados dos governos Lula e Dilma, esses sim, parecem ter definitivamente ganhado a simpatia do eleitorado.

http://www.brasil247.com/pt/247/poder/83146/Que-Brasil-revelou-se-em-sete-de-outubro.htm